Arquitetura Brasileira no Centro de São Paulo – 1900 – 1930

Arquitetura Brasileira no Centro de São Paulo – 1900 – 1930

No centro de São Paulo, você pode encontrar diversas construções famosas, belas e imponentes, que contam a história da maior cidade do Brasil em diferentes épocas.


Você já ouviu falar do Edifício Martinelli, da Catedral da Sé ou do Theatro Municipal, não é mesmo? Esses são apenas alguns exemplos de prédios que estão no centro histórico de São Paulo.


Então, se você se interessa por história, construções ou está pensando em morar nessa região, precisa conhecer a arquitetura brasileira no centro de São Paulo.  


Por isso, vamos fazer uma série de textos sobre a arquitetura nessa área da cidade, explicando quais eram os estilos de projetos e os arquitetos renomados de determinadas épocas.


Neste post, começaremos pelos anos de 1900 a 1930. Continue lendo para descobrir mais sobre as obras e profissionais dessas décadas!

E antes da falar de arquitetura, se você se pergunta porque, mesmo sendo um bairro maravilhoso, ainda existe tanto imóvel vazio no centro, temos um resumão aqui


Estilos utilizados entre 1900 e 1930 em SP


O principal estilo arquitetônico dessa época no Brasil era o eclético, que mistura vários estilos em suas obras, como o barroco, neoclássico e neogótico.


O estilo eclético começou a ser utilizado no país no final do século XIX e continuou em alta até as primeiras décadas do século XX. Ele já era utilizado em países europeus, como na Inglaterra e na França, e chegou ao Brasil primeiramente nas academias. Depois, passou a ser utilizado por arquitetos em seus projetos.


As principais características de obras arquitetônicas ecléticas são:


· Uso de diferentes estilos;

· Utilização de colunas;

· Valorização da simetria;

· Uso do ferro;

· Fachadas grandiosas.


Alguns dos maiores representantes do estilo eclético no centro de São Paulo que foram projetados entre 1900 e 1930 são: o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Palácio da Justiça, a Catedral da Sé e o Theatro Municipal.


Apesar de ter sido bastante utilizado, um problema do estilo eclético no Brasil era que os materiais, técnicas e, em alguns casos, até a mão de obra tinham que ser importados.

Outro estilo utilizado nessa época era o art nouveau. Ele prezava pela originalidade, simetria, beleza e sofisticação nos projetos. Por isso, as obras de art nouveau caprichavam na decoração das estruturas e utilizavam materiais como vidro, ferro e cerâmica.

O estilo também nasceu na Europa e começou a ser usado no Brasil no início do século XX. Algumas construções do centro histórico de São Paulo que representam o art nouveau são: o Edifício Vila Penteado e o Viaduto da Santa Efigênia.


Principais arquitetos da época


Agora que você sabe quais eram os estilos das obras entre 1900 e 1930, confira quem são os profissionais brasileiros responsáveis por algumas das construções marcantes dessa época:


Ramos de Azevedo


Arquitetura Brasileira no Centro de São Paulo – 1900 – 1930


Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851 – 1928), mais conhecido somente como Ramos de Azevedo, nasceu em Campinas e estudou engenharia e arquitetura na Universidade de Gante, na Bélgica.


Em 1879, um ano após se formar, Ramos de Azevedo voltou ao Brasil e abriu seu primeiro escritório em Campinas. Lá, o arquiteto realizou projetos importantes, como o Circolo Italiani Uniti, que hoje é sede da Casa de Saúde Campinas.


Em 1886, o arquiteto foi chamado para projetar as Secretarias de Estado no Pátio do Colégio, que incluíam a Tesouraria da Fazenda, Secretaria de Polícia e da Agricultura. Foi nessa época que ele se mudou para São Paulo e criou seu escritório na cidade.


No período entre 1900 e 1930, o arquiteto e outros profissionais de seu escritório foram responsáveis por projetar grandes construções no estilo eclético. Alguns exemplos de seus maiores trabalhos nesse estilo no centro histórico de SP são:


· Theatro Municipal;

· Palácio da Justiça;

· Mercado Municipal.


Como Ramos de Azevedo faleceu em 1928, no início das obras do Mercado Municipal, seus sócios, Ricardo Severo e Armando Dumont Villares, finalizaram o projeto.

Outros trabalhos importantes que ele realizou em São Paulo foram: a Casa das Rosas (também finalizada após sua morte), a Escola Politécnica e o Liceu de Artes e Ofícios, que hoje é a Pinacoteca do Estado de SP.


Já sonhou em morar em um autêntico Ramos de Azevedo? Da uma olhada no Citas Palecete nas nossas unidades, fica em um edificio tombado pelo patromônio histórico projetado por esse grande arquiteto chamado Palacete Mococa!


Christiano Stockler das Neves


Christiano Stockler das Neves (1889 – 1982) nasceu em Casa Branca, no interior de São Paulo. Ele iniciou seus estudos de engenharia e arquitetura na Escola Politécnica de São Paulo, em 1907, mas como estava insatisfeito, acabou mudando de escola.


Arquitetura Brasileira no Centro de São Paulo – 1900 – 1930


Em vez de ir estudar na Europa, como a elite brasileira fazia, Stockler foi para a Universidade da Pensilvânia nos Estados Unidos. Ele voltou ao Brasil em 1912 e começou a trabalhar com o pai, Samuel Neves, que também foi um importante arquiteto brasileiro.

No centro de SP, durante as décadas de 1900 a 1930, ele foi responsável pelos projetos do Edifício Sampaio Moreira (primeiro arranha-céu da cidade) e do Palacete Riachuelo, que era residencial e foi feito com estilo neogótico inglês. Este é considerado um dos primeiros prédios residenciais da América Latina.


Outras obras importantes de Christiano foram o Palacete Prates I (que era a Prefeitura e Câmara Municipal de SP, mas foi demolido em 1951) e a Estação Júlio Prestes.


Ricardo Severo


Arquitetura Brasileira no Centro de São Paulo – 1900 – 1930


Ricardo Severo da Fonseca e Costa (1869 – 1940) foi um engenheiro e arquiteto português, formado pela Academia Politécnica do Porto. Em 1891, ele participou da revolta republicana do Porto e foi obrigado a morar no Brasil.


Aqui, ele conheceu Ramos de Azevedo e foi trabalhar em seu escritório. Em 1908, ele já era sócio do escritório e, depois, montou sua própria empresa com o arquiteto Armando Dumont Villares.


Além de finalizar a construção do Mercado Municipal, Ricardo Severo também foi responsável pela reformulação da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) no centro, que se iniciou em 1930.


Mais tarde, seu escritório também seria responsável pelos projetos do Palácio da Imprensa e do Edifício Matarazzo, que hoje é a sede da Prefeitura de São Paulo.


Hyppolito Pujol Junior


Outro arquiteto importante para o centro histórico de São Paulo foi Hyppolito Gustavo Pujol Junior (1880 -1952), que nasceu no Rio de Janeiro e foi para São Paulo para estudar na Escola Politécnica.


Além de criar obras reconhecidas até hoje, Pujol Junior é muito relevante para o país, porque introduziu o uso do concreto armado na construção civil brasileira. Uma de suas obras mais marcantes, o Edifício Guinle, foi um dos primeiros a ser feito com concreto armado no Brasil.

Arquitetura Brasileira no Centro de São Paulo – 1900 – 1930

Esse edifício localizado no centro histórico de São Paulo é também um representante do estilo art nouveau e é considerado o primeiro prédio vertical da cidade, com seus 8 pavimentos. Ele foi construído entre 1913 e 1916.


Outros projetos importantes de Hyppolito no centro entre 1900 e 1930 são o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), que tem estilo eclético, e o Edifício Rolim, em estilo modernista catalão.


Basta observar os prédios citados aqui para perceber que entre 1900 e 1930 o centro de São Paulo ganhou construções memoráveis que embelezam a região até hoje.


Agora que você conhece um pouco mais sobre a área, continue acompanhando nosso blog para conferir o segundo post sobre a arquitetura brasileira no centro de São Paulo e se apaixonar ainda mais pela região!

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