Geração Y: A transição de gerações

Geração Y: A transição de gerações

Geração do Milênio, Millennials, geração da internet ou geração Y... Essa é a geração dos nascidos entre o início da década de 1980 até pouco antes do início do século XXI, até 1995, mais ou menos.

A geração que surgiu em um período de profunda transição do mundo analógico para o mundo digital. 

A classificação quanto à época do nascimento dos Millennials pode variar um pouco, conforme a definição de diferentes pesquisadores. Alguns acreditam que os pertencentes a essa geração nasceram no máximo até a metade da década de 1990. 

Um ponto marcante seria o Atentado de 11 de Setembro, do qual os nascidos após 1995, por exemplo, pouco se lembram e cujo impacto foi significativo em todo o planeta.

Outros pesquisadores já avaliam que os Millennials foram os que viram a “chegada do novo milênio”, então nasceram até pouco depois do início dos anos 2000. 

O fato é que esta foi a geração que viu, ainda na infância ou adolescência, o surgimento de um mundo completamente urbanizado, tecnológico e conectado à internet. 

Atualmente, a geração Y é a mais numerosa da história moderna e é formada pelos indivíduos de desenvolvimento populacional mais acelerado da humanidade. 

Os Millennials são 50% da força de trabalho de todo o mundo e esse número tende a aumentar para 75% até o ano de 2025.

Atualmente, os integrantes da geração Y estão totalmente integrados às novas tecnologias, dominam conhecimentos de informática e foram os primeiros a contestar muito do que era “lei” para as gerações anteriores. 

Para saber um pouco mais do contexto em que estão inseridos os Millennials, vamos conhecer rapidamente um pouco das duas gerações anteriores?


Baby boomers


São a geração do pós-guerra, nascidos desde a década de 1940 até o início da década de 1960. Hoje, têm entre 55 e 75 anos e não possuem tanto contato ou intimidade com a tecnologia. 

O termo faz referência ao enorme crescimento populacional principalmente na Europa e nos Estados Unidos logo após o fim da Segunda Guerra Mundial – baby boom, “explosão de bebês”. 

Foram criados sob preceitos rígidos por pais que viram a guerra e que tinham pensamentos conservadores quanto à sociedade e economia. 

São os avós dos Millennials e enfrentaram todos os tipos de desafios no mercado de trabalho e assistiram a profundas transformações políticas, sociais e econômicas em todo o mundo. 

Foi a geração que assistiu ao surgimento da televisão e tiveram nos anos 1960 e 1970 o auge da sua juventude, sendo os fundadores do movimento hippie. 

A ideia de sucesso na estabilidade profissional fez com que muitos trabalhassem a vida ideia em um mesmo lugar, deixando a empresa apenas ao se aposentar. 


Geração X 


Nascidos entre os anos de 1960 e 1980 – alguns estudiosos acreditam que os principais representantes dessa geração nasceram até os anos 1970. Hoje, têm entre 40 e 55 anos e são cerca de 20% da população brasileira. 

A expressão Geração X surgiu na Inglaterra ainda na década de 1950, após um ensaio fotográfico de Robert Capa, que tratava sobre a geração desconhecida, que ainda estava por vir e que tinha um futuro desconhecido pela frente, o X da questão. 

Anos depois, a geração mostrou-se como em parte ateia, que não mais guardava o sexo para apenas depois do casamento e que contestava diversas regras das gerações anteriores. 

Principalmente no Brasil, integram uma geração que viu nos anos 1980 uma profunda crise econômica no país. Por isso, têm no trabalho uma grande preocupação e são extremamente dedicados. 

Essa geração é comumente resistente a mudanças e tem contato um pouco superficial com a tecnologia, muitas vezes restrito ao divertimento nas redes sociais como Facebook e Instagram. 


Millennials, filhos da tecnologia 


Enquanto a geração X viu já na idade adulta a chegada do PC, da internet discada, depois dos smartphones e das redes sociais, os Millennials foram as crianças que se acostumaram a ver todas essas tecnologias surgindo enquanto eles cresciam. 

Certamente essa é a característica mais marcante e que mais influenciou o comportamento desses que hoje têm entre 20 e poucos e 40 anos

Atualmente, existe ainda a ideia de subdivisão dessa geração: Old Millennials - de 25 anos até 34 anos. E os Young Millennials, que têm entre 20 e 24 anos. 

A principal diferença também está relacionada à intensidade da presença de internet na vida de cada um desses grupos.

Os Old Millennials assistiram – alguns crianças, outros já adolescentes - à chegada das novas tecnologias e não cresceram tão imersos no mundo da internet, acessando a primeiras salas de bate papo e o Orkut na adolescência. 

Já os Young Millennials viveram a infância cercados de computadores e câmeras digitais e ainda bem novos tiveram acesso a smartphones e internet móvel. 

Muito em parte devido ao acesso rápido e muito amplo a variadas informações, os Millennials são de uma geração muito ligada ao ativismo, questões sociais, movimento negro, feminismo, direitos da população LGBTQIA+, sustentabilidade e meio ambiente e vários outros movimentos de populações historicamente oprimidas e/ou esquecidas. 

São os grandes consumidores online, por conhecerem mais e com mais maturidade o meio digital que os mais jovens, mas ao mesmo tempo por terem maior desenvoltura que os mais velhos. 

Por vezes, são aqueles que decidem qual canal de streaming a família vai assinar, qual produto irão comprar online e qual a melhor forma de resolver problemas no meio digital. 

Por vezes, devido à intensa exposição às redes sociais e à presença constante online, estão bastante sujeitos à depressão e à ansiedade. 


Millennials e o mercado de trabalho 


A maioria dos especialistas vê os Millennials como profissionais de muita autoestima, criativos e que sempre buscam alternativas diferentes para os problemas no trabalho. 

Como têm muito contato com a tecnologia, são os profissionais que têm facilidade para lidar com a internet e principalmente com as redes sociais. 

Muitos estudiosos avaliam que o comportamento de consumo influencia no comportamento profissional. 

Um dos exemplos seria o fato de os produtos feitos para a geração Y já terem “prazo” para serem descartados em pouco tempo. Assim, os Millennials se tornaram profissionais e indivíduos que se adaptam mais facilmente e rapidamente a mudanças. 

Em oposição aos profissionais da geração X, que por terem crescido com produtos - brinquedos, eletrodomésticos e carros, por exemplo – mais duradouros, por vezes podem ser também ser mais resistentes e menos adaptáveis a mudanças. 

Os profissionais da geração Y também têm um grande diferencial em relação aos profissionais de gerações anteriores. São mais sociáveis e trabalham melhor em equipe, de forma geral. 

Em parte, conforme profissionais de recursos humanos, por estarem sempre conectados e terem mais interações com pessoas bastante diversas. 

Isso tornaria o Millennial mais aberto e integrativo, fazendo com que o ambiente de trabalho seja mais acolhedor e participativo. 

Além disso, em geral são pessoas – e profissionais – acostumados a desempenhar várias funções ao mesmo tempo, sendo mais ágeis e eficientes. 

Também costumam buscar maior autoconhecimento do que as gerações anteriores. 

Estão mais familiarizados com questões ligadas à inteligência emocional e o autocontrole, a busca pelo equilíbrio entre a vida pessoal, profissional, a saúde mental, física e psicológica são questões fundamentais para essa geração. 


A geração Y e a questão social 


Esta talvez seja a primeira geração em que o “ser” passou a ganhar mais importância que o “ter”. 

Após profundas crises e impactos econômicos vividos pelas gerações anteriores, esta é a primeira geração que viveu em certa estabilidade e que presenciou saltos significativos de desenvolvimento social, econômico e principalmente tecnológico. 

O acesso às redes sociais tornou possível o pensamento de que essa geração é capaz de tudo e é assim que buscam viver e desempenhar funções. 

Ao consumir conteúdo, fazer compras, trabalhar em uma empresa, frequentar um bar... Para os Millennials, é preciso mais do que atender a uma simples necessidade, é preciso conexão de ideias, pensamentos e opiniões. 

É comum, por exemplo, ver boicote a empresas cujos donos declararam voto em candidatos A ou B, por parte dos Millennials, caso discordem. 

Muitos podem deixar de ir àquele restaurante ou de comprar calças jeans naquela loja depois de uma denúncia trabalhista ou de homofobia envolvendo aquele estabelecimento. 

Foram também a primeira geração a, de forma ampla, questionar escolhas de vida e decidir por profundas mudanças na carreira perto dos 40 anos, por exemplo. 

É que, para essa geração, essas são questões importantes. É preciso tornar a existência útil e significativa em todos os seus aspectos. 

Geração “cringe”

Mais recentemente, essa geração virou alvo de piadas da geração que vem por aí, os “geração Z”. Os Millennials viraram os “cringe”. Os estranhos/toscos. 

Em grande parte, isso se deve a um conjunto de fatores que muitos estudos têm apontado como relacionada a essa geração: 

maior dependência dos pais, tempo maior para sair de casa, comprar um carro e adquirir um imóvel - em comparação a gerações anteriores. 

Muitos avaliam que essa geração tem uma expectativa de grande potencial - incrível crescimento econômico e acesso a tecnologias e informações nunca antes alcançadas. 

Contudo, sucessivas crises econômicas e tendências de recessão ao redor do mundo tiveram profundo impacto sobre o desenvolvimento dessa fase no início da idade adulta. 

Estudos indicam que esta é a geração endividada da história, por exemplo. 

Diante disso, aspectos estéticos associados aos Millennials - calças skinny e cabelos repartidos de lado – tornaram-se de gosto duvidoso para a nova geração que chega. 


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